segunda-feira, 26 de maio de 2014

Jogo Malvado

Reprodução: Google Imagens

Um quintal bonito, cheio de flores e um mundo que parecia ser tão nosso. Eu confiava em seu olhar azul e inocente, que me fez descobrir o amor.

Éramos crianças e sentados no banco de madeira jogávamos no tabuleiro um jogo de xadrez, ou na cama do quarto inocente, os dados do banco imobiliário. Seu olhar azul me sustentava num mundo cheio de confianças.

Prova disso foi na brincadeira de esconde-esconde, que você prometeu fechar os olhos enquanto, eu de vestido branco, esperava você me encontrar.

De mãos dadas, olhávamos para a casa onde viveríamos a fase adulta e eu ainda confiaria no seu olhar azul.

O tempo passou, estávamos ali, adultos, parceiros e seu olhar azul continuava a me passar segurança. É estranho pensar como a paixão deixa as pessoas tolas.

Vivi momentos de amor, de tesão, rolando na cama, vestida com a minha melhor lingerie, com você acariciando meu corpo e observando as curvas que o tempo me deu. Ao mesmo tempo eu também me encantava com o homem de costas largas que você tinha se tornado e como aquele olhar azul ainda me passava confiança.

Reprodução: Google Imagens
Queria eu ter o dom de saber o jogo malvado que você jogaria comigo!
No pôr do sol, correndo de mãos dadas, na beira da praia, não era minha imagem que estava atrela a você.
Na cama de um quarto qualquer era com ela que você matava a hora e o prazer, mas você também foi traído, só que por uma marca de batom na manga da camisa.



Seu desespero não escondeu dos meus olhos o jogo malvado que jogou comigo.
Foi um flashback que passou em minha cabeça, enquanto ela de calcinha na cama, olhava para o nada pensando quando você a resgataria do cargo de amante.

O seu jogo malvado veio à tona em minha mente, quando criança, sentados no banco de madeira, enquanto eu olhava a borboleta, você trocava o cavalo pela dama, na cama do quarto inocente, enquanto eu olhava a carta do jogo, você roubava dinheiro do banco imobiliário e no esconde-esconde, você abriu os olhos e me viu entrar na casa de madeira. Você nunca foi minha segurança, você nunca foi confiável e mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, fui eu mesma que não quis ver.
É estranho pensar como o desejo deixa as pessoas tolas! Foi um jogo malvado comigo! -VR