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Reprodução: Caminhos_blogspot |
Pra quem não sabe eu sou uma adepta forçada ao uso de transporte coletivo rs, mas acredito que tudo tem um "porque" bem positivo para que aconteça. Durante dois anos e oito meses fiz uma jornada bem cansativa e me desdobrava ao máximo para alcançar meus objetivos diários, mas apesar de todos esses esforços também tive vários momentos engraçados onde presenciei tudo quanto é tipo de ser humano.
Eram 6h00 da manhã e lá estava o celular gritando sem piedade com meu sono, eu levantei, escovei os dentes, tomei um banho e coloquei a roupinha que já tinha separada na noite anterior. Lá pras 6h40 já estava de carona com meu pai até a estação de metrô.
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Reprodução: Google Imagens |
À partir desse momento começava a saga de irritação e acontecimentos, que se não fossem trágicos diria que no mínimo engraçados, onde você entra e sai da estação sem querer.
Na parte da manhã, rumo a faculdade, o de sempre, pessoas mal educadas, axilas já bem azedas para o horário e muito fala-fala. Essa hora nada muito cômico acontecia, mas por volta das 13h00, quando eu pegava o trem sentido Mogi das Cruzes, aí começava a sessão comédia.
E nesse tarde não foi diferente. Indo para o trabalho, eu estava
sentada no banco cumprido, verde e totalmente desconfortável daquela
lata de sardinha denominada trem, não tinham muitas pessoas, o movimento
era bem tranquilo, quando de repente entrou uma senhora, que pesava uns
120 kilos, ela usava uma saia até os pés e carregava uma sacola de
feira.
Tinha um lugar vago no banco de frente ao meu, ela se sentou, deu um sorrisinho tímido para mim e logo foi metendo a mão na sacola. De lá saiu um tubinho de acetona, um punhadinho de algodão e muita, muita coragem pra fazer o que ela fez.
Acreditem se quiser, mas ela levantou com toda destreza o saiote e como as perninhas eram gordinhas, não tinham muita habilidade em colocá-las para o alto. Mas em um ato ligeiro, lá estava uma das pernas erguidas no banco e as mãos dando o que tem retirando os esmaltes das unhas dos pés.
Nesse momento eu não sabia como agir, de onde eu estava era possível ver a cor da calcinha, as dobrinhas da perna e toda a cara de pau deste ser que não esperou chegar em sua casa para fazer o ritual de beleza.
Ela ficou por mais de quatro estações dando o que tem, cortando, lixando e só não passou esmalte por que o seu destino era bem ali. Levantou apressadinha, pegou a sacola e ainda me presenteou com outro sorrisinho maroto. Logo depois o comentário pairou sobre o vagão e eu voltei a cochilar até a estação terminal. - VR